Culpa da Cadeira

Era um local completamente diferente dos que já tinha passado, vivia uma experiência nova, daquelas que prometera para mim mesma que o dia que tivesse oportunidade viveria. Faria de tudo para deixar o medo de lado e, sentindo a confiança e segurança necessária, iria.

Então como que automático e na sensação de uma pequena vitória, abri um suave sorriso e relaxei em uma das cadeiras mais confortáveis que encontrei. Foi exatamente nesse momento tão íntimo de reflexão e com os novos conhecidos ao meu redor que virei minha cabeça na direção de uma nova voz que chegará ao recinto. Olhei para frente e ele estava em pé cumprimentando o amigo, um sorriso foi o suficiente para observar os suaves, marcantes e expressivos detalhes que sua bochecha possuía.

Por alguns segundos fiquei a olhá-lo, pensei que já o conhecia de algum lugar, ou talvez, minha mente simplesmente me permitira esse pensamento como desculpa para que pudesse continuar a observá-lo e admira-lo à distância.


Não acreditei, em instante algum, que haveria alguma mínima possibilidade de um contato além daquele que estava vivenciando. Ele sorriu e novamente o seu rosto ganhou um charme devido à sua bochecha.

Voltei à realidade, a roda da qual participava de uma conversa bem interessante, envolvente, consegui esquecer do momento vivido há segundos atrás.

Porém, por alguma razão, parecia que não era para ser esquecido, pois quando olhei para frente ele estava de pé em minha frente. Estendeu sua mão para mim e se apresentou. Sorri e desejei ter conseguido ser natural. Beijei sua face e ele retribuiu. Pronto, agora sim tinha atingido o meu máximo de relação com as bochechas mais charmosas que já tinha visto.

Respirei fundo, me arrumei em minha cadeira confortável e voltei à conversa da roda como se nada tivesse acontecido. A noite então prosseguiu de acordo como esperado. Conversas, risadas e tudo o que tem direito. Senti minha boca seca e resolvi abandonar, por um curto espaço de tempo, minha adorável cadeira para beber uma água.

Ao retornar, uma gargalhada indicando que ‘minha cadeira tinha sido furtada’, que triste! Tive que me direcionar para a outra cadeira, indicada pelo responsável do pequeno furto, feito tudo de forma natural e divertida. Foi quando ele sentou enquanto perguntava se podia ficar ao meu lado. Não tive tempo nem de reagir, apenas sorri, e afirmei positivamente. Em minha cabeça, o agradecimento por ter tido minha cadeira furtada.

Quase no final do dia, não imaginava que tal situação viria a acontecer. Já tinha me dado por mais do que satisfeita com todas as experiências vividas naquele novo espaço.

No começo um pouco de timidez surgiu e pareceu que impediria qualquer prolongamento de conversa, porém aos poucos, lembrei de quem eu era e simplesmente fui eu mesma. Uma conversa agradável, com descobertas, risadas e entrelinhas aconteceu de maneira espontânea. Além das bochechas pude observar que tinha um sotaque delicioso, daqueles que por alguma razão, nem eu entendo o porquê, adoro.

Um toque na mão, um sussurrar no ouvido e uma noite encantadora. Sorriso...Bochechas!

E então nos levantamos para juntos ver o que a cidade tinha para nos oferecer...

2 Comentários

  1. Nossa , vc é boa, me impressionou e me deixou com vontade de quero mais, rsrs
    Adoreiiiiiiiiiiiii dimais da conta sô, rsrs

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  2. saudações. gostaria de dizer que gostei desse blog. até.

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