Quase uma latinha de sardinha.

Talvez um dos maiores inspiradores para os escritos nesse espaço seja o metrô. Longos vagões criados em Londres em 10 de janeiro de 1963 quando ainda a força motriz era o vapor. Em São Paulo é considerado um dos principais meios de transporte, o que não significa necessariamente o melhor.
Seu espaço comprido, com janelas de frestas pequenas, bancos em número não tão desejavéis, ventilação sufocante tem recebido cada dia mais usuários. O que anteriormente só existia falta de espaço em horário de pico, se transformou em todos os horários, sendo anormal estar vazio.
Após a criação corrida do governo, as eleições estavam próximas, de ativar a proposta da antiga gestão de integrar ônibus e metrô, o que é uma idéia econômica para os usuários, essas longas cobras urbanas nunca mais foram as mesmas. Acontece que juntamente com essa ação ficou claro que automaticamente a quantidade de usuários seria maior, entretanto parece que apenas a população sabe disso, já que o governo não acrescentou maior número de vagões.
O resultado não é nada positivo para aquele que paga R$2,30 em uma passagem, podendo gastar cerca de R$ 10,00/dia dependendo o percurso que fará.

Um exemplo de falta de respeito aconteceu hoje. Mesmo sem chuva o metrô andava tão lentamente que um usuário fazendo o percurso caminhando chegaria primeiro. Não acompanhando o seu movimento, a quantidade de usuários nas plataformas só ia aumentando e em seguida era possível sentir-se completamente exprimida, sem poder articular nenhum tipo de movimento dentro do vagão.
Depois ainda perguntam porque ficamos nervosos quando recebemos a notícia de que o transporte público sofrerá aumento nas passagens. Para piorar em momentos como esse onde um pouco de ar é disputado a respiradas, cutuveladas e pisões no pé, ainda temos que ouvir:
-Não dê esmolas...
-Bancos cinzas são de uso preferencial...
-Não segurem as portas...
-Obrigada pela cooperação...
Sinceramente era mais fácil que ficassem em silêncio nesse horário. Díficil aceitar que pagamos tantos impostos para receber esse tipo de serviço. Parece até que é de propósito para que assim o próprio povo exija a privatização.
Talvez precisemos fazer greve de usuários. Já pensou o prejuízo e a bagunça econômica, assim notariam o quanto precisamos ser respeitados e nossa importância. Ou talvez apenas marcar um dia para todos utilizarem o transporte sem pagar, pular a catraca na cara dura. Quem sabe até quebrar mais alguns vidros para mostrar que estamos quase morrendo sufocados, o pior é que ainda teremos que ler algum responsável afirmar que a 'ventilação nunca fica desligada'.
É, o jeito é arrumar alguma coisa para distrair durante o percurso, sair mais cedo, e não estressar para não estragar o dia! Agora que é uma consideração nula com relação à população isso é!!!

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